Capítulo 7 - O FUGITIVO
PRÓLOGO
Um planeta árido, perdido em algum canto esquecido do universo. Em um deserto, um homem ligeiramente gordo, um pouco calvo e com um bigode caprichosamente desenhado caminha em meio a algumas pequenas crateras fumegantes.
Sob um calor escaldante, ele carregava algumas sacolas cheias de mercadorias – aparentemente era um mascate ou coisa parecida.
Ele não se demonstrava muito satisfeito com a sua situação.
Um planeta árido, perdido em algum canto esquecido do universo. Em um deserto, um homem ligeiramente gordo, um pouco calvo e com um bigode caprichosamente desenhado caminha em meio a algumas pequenas crateras fumegantes.
Sob um calor escaldante, ele carregava algumas sacolas cheias de mercadorias – aparentemente era um mascate ou coisa parecida.
Ele não se demonstrava muito satisfeito com a sua situação.
- Droga...
como é que eu vim me enfiar em um lugar como esse? – resmungava – Bom, pelo
menos aqui ninguém vai vir me importunar... vou poder fazer meus negócios em
paz, enfim.
Ao longe,
alguém completamente envolvido em um manto cruza o deserto em um cavalo. Ele é
avistado ao longe pelo mascate.
Quando os dois se cruzam, o cavaleiro misterioso lhe chama a atenção:
Quando os dois se cruzam, o cavaleiro misterioso lhe chama a atenção:
- Ei, você!
O mascate sente um frio na espinha. O estranho desce de seu cavalo e se aproxima.
- O que
carrega nessas sacolas? – pergunta o mascarado.
- Olá,
senhor... – responde o gorducho, com um sorriso amarelo – Por acaso o senhor
deseja comprar alguma coisa?
O homem não
responde. Simplesmente tira os panos que lhe cobriam a cabeça e revela seu
rosto – tinha o cabelo preto, quase ralo na parte da frente, um cavanhaque,
orelhas pontudas e sobrancelhas ligeiramente arqueadas para cima.
Assemelhava-se muito a um vulcano – e de fato, o era. Mas não era um vulcano
como os outros.
Ele se aproxima do mascate, olhando-lhe fundo nos olhos:
Ele se aproxima do mascate, olhando-lhe fundo nos olhos:
- Eu
sinto... uma grande dor em você.
- Hã?! Não
sei do que o senhor está falando... – responde o mascate, trêmulo e quase rindo
de nervoso.
- Não tema,
meu caro – responde o misterioso vulcano – Cada um de nós esconde sua dor.
Compartilhe-a comigo... e fortaleça-se com a partilha.
O gorducho
simplesmente fica sem reação, ao ouvir estas palavras.
“Diário do Capitão – Data Estelar: 7508.5
A Frontier segue em curso rumo a Nimbus III – nosso objetivo nesse planeta é localizar e capturar um fugitivo da justiça que pode ter se escondido por ali.
Trata-se de um célebre golpista que já é velho conhecido dos arquivos penais da Federação.
Seu nome: Harcourt Fenton Mudd.”
A Frontier segue em velocidade de dobra
rumo ao planeta supracitado. Sentado em sua cadeira, Dan interpela o alferes
Cortez, no leme:
- Estimativa
de chegada a Nimbus III, sr. Cortez?
- Cerca de
12 horas e 57 minutos, capitão – responde o alferes.
- Aumente
para dobra 8 – ordena o capitão.
- Sim,
senhor.
Cortez
prontamente acata a ordem. Nardelli se volta para Seul-gi:
- Ainda não
estou acreditando que estamos indo atrás de um foragido da justiça. Sabe alguma
coisa sobre esse tal Mudd, srta. Hong?
- Eu estive
pesquisando sobre ele nos arquivos da Frota Estelar – respondeu Seul-gi – A
ficha criminal dele é extensa: vai desde roubo a bancos, contrabando, uso de
identidade falsa, e até tráfico de mulheres! (*) Meu Deus... esse cara é nojento! E
acreditar que ele foi condenado simplesmente a um período indefinido de terapia
de reabilitação...
- Só isso?!
– exclamou Dan, com uma expressão de indignação – Ele me apronta todas essas
porcarias e só lhe dão terapia de reabilitação como pena? Não me admira que
esse impiastro (**) tenha fugido!
- Certamente
ele deve ser um cara muito astuto – afirma o tenente Andros – Terapia não é
suficiente contra um tipo desses.
-
Precisamente, sr. Andros – diz o capitão – Tenho um leve pressentimento que ele
vai nos dar muita dor de cabeça.
Seul-gi
observa em silêncio. Alguma coisa parecia lhe incomodar. Ela chama a atenção de
Dan:
- Há um
detalhe que me preocupa, capitão.
- Explique –
diz Dan, lançando um olhar apreensivo para a coreana.
- Nimbus III
é um planeta localizado bem no limite da Zona Neutra – responde Hong – Podemos
ter problemas com os romulanos se não formos prudentes o bastante.
- Bem
observado, Seul-gi – diz Nardelli – Mas pelo que o almirante Nogura me disse, o
Conselho da Federação enviou um comunicado ao governo central de Romulus
informando sobre a situação com o Mudd.
No leme,
Andros escuta a conversa com atenção. Uma expressão de pesar é visível em seu
semblante, uma vez que estavam tratando sobre seu planeta natal.
Enquanto isso, a conversa entre Dan e Seul-gi segue adiante.
Enquanto isso, a conversa entre Dan e Seul-gi segue adiante.
- Ou seja...
em tese, nós teremos um salvo-conduto – complementa o capitão – mas eu não
tenho certeza absoluta disso. Os romulanos são difíceis de se convencer.
Dan observa
o comportamento do tenente Andros. E tenta botar panos quentes.
- Não é nada
pessoal, tenente. Sei como deve se sentir ao ouvir falar sobre seu planeta...
mas as tensões entre a Federação e os romulanos nada tem a ver com o senhor ou
com sua relação com a tripulação desta nave. Acho que o senhor deve ter ciência
disso.
- Está tudo
bem, capitão. O senhor não precisa se preocupar – responde Andros – Mesmo
porquê, para ser franco, eu não me considero um romulano de fato, se é que o
senhor me entende.
- É
perfeitamente compreensível – responde Dan, esboçando um sorriso.
A Frontier se aproxima de Nimbus III.
Cortez repassa a informação ao capitão.
-
Aproximando de Nimbus III, senhor.
- Reverter
para impulso, sr. Cortez. Órbita padrão – ordena o capitão.
- Sim,
senhor!
A nave sai
da velocidade de dobra e se aproxima do planeta, mantendo uma distância segura
em sua órbita.
Em seu
painel, Hong faz uma análise preliminar da superfície de Nimbus III:
- A
superfície deste planeta é árida e composta quase inteiramente por desertos,
capitão – relata Seul-gi – Há somente uma cidade habitada em toda a superfície.
- Ora...
pelo jeito achar esse sujeito vai ser mais fácil do que eu imaginava! –
comemorou Dan.
- Eu não
diria isso, capitão – afirma Hong, de forma categórica.
- O que você
quer dizer? – Dan franze a testa.
- Por ser um planeta desértico, as condições ambientais de Nimbus III são bastante
hostis – explica Seul-gi – O clima é demasiadamente seco, e as temperaturas
giram em torno de 50 a 55 graus Celsius. Se formos descer à superfície com um
grupo avançado, recomendo a utilização de equipamento adequado a esse tipo de
ambiente.
- Bom, de
qualquer forma nossa prioridade é botar as mãos no Mudd – diz Dan – Então creio
que isto não será um problema.
Nardelli,
então, começa a distribuir suas ordens:
- Sr.
Andros, providencie dois oficiais de segurança armados e me encontre na sala de
transporte. Sr. Stanic, solicite ao
doutor Lester que se apresente à sala de transporte com um kit médico.
- Sim,
senhor – respondem os dois oficiais.
Andros
dirige-se ao turbo-elevador, enquanto Seul-gi lança um olhar para Dan. O
capitão logo percebe, e lança uma pergunta para sua primeira-oficial, esboçando
um sorriso:
- Gosta de
passear no deserto, Seul-gi?
A coreana
não diz nada. Apenas sorri.
***
Cerca de meia hora depois, Dan, Seul-gi, Jon Lester, Andros e dois oficiais de segurança se materializam em um dos pontos desérticos de Nimbus III – todos estão trajando roupas compridas em tons de branco e bege, com capuzes e óculos de proteção, além de equipamentos básicos como phasers, tricorders, comunicadores e tudo o mais.
Um vento
razoável sopra do oeste – e, só pra variar, o doutor Lester se demonstra
irritado e desconfortável com sua presença no planeta:
- Ora, um
lugar bastante acolhedor... Só que não! – diz o médico, com a voz carregada de
ironia – Fala sério, por que é que todo bandido tem que se esconder em um
buraco como esse?
- Óbvia e
evidentemente, ele não quer ser encontrado – responde Hong, com a voz firme.
Seul-gi,
então, lança um sorriso irônico para o britânico. E resolve lhe dirigir uma
pergunta em tom de sarcasmo:
- A
propósito, doutor... por que é que você sempre tem que reclamar de tudo?
- E o que é
que você quer que eu faça, Hong? – retruca Lester, de forma ríspida – Tenho visto
todo tipo de absurdos desde que deixamos a Terra, e agora temos que bater
cabeça atrás de um foragido? Eu sou um médico, não um policial!
- Ora, eu
estou muito surpresa... – responde Hong, com a língua afiada e carregada de
ironia – Para um médico, você tem uma atitude bem tóxica.
- O que foi
que você disse?! Repita isso! – Lester se irrita, enquanto Seul-gi segura o
riso.
Dan fica
incomodado com a discussão dos dois. E resolve intervir:
- Vocês
dois, deixem as discussões pra depois. Temos trabalho a fazer aqui! – diz ele,
com um tom de voz ríspido.
Ligeiramente
constrangidos, Jon e Seul-gi apenas assentem com a cabeça, sem dizer uma
palavra.
O grupo
segue caminhando em meio à paisagem desértica de Nimbus III. Até que avistam
uma cidade ao longe.
- Ali deve
ser a capital do planeta – diz Dan – Nós estamos chegando.
- Chamam-na
de Cidade Paraíso – informa Hong – É o único assentamento de colonos que existe
por aqui.
- “Paraíso”?!
Em um lugar como esse? – Lester se demonstra inconformado – Essa eu pago pra
ver!
- Sabe de
mais alguma coisa sobre essa cidade, comandante? – questiona Andros.
-
Razoavelmente – responde Seul-gi – Nimbus III é conhecido como o “planeta da
paz galáctica” (***). Sua administração é composta por representantes da Federação,
de Romulus e do Império Klingon, que governam de forma conjunta. A Cidade
Paraíso, além de ser o único assentamento existente, também é a capital
administrativa do planeta.
- O Império
Romulano administra esse lugar junto com a Federação e os Klingons?! – Andros
franze a testa – Eu não entendo, como isso é possível?
- Cerca de
oito anos atrás, os três governos concordaram em desenvolver este planeta
conjuntamente – explica Hong – Fizeram isso porque acreditavam que poderiam
apaziguar conflitos e criar uma nova era de paz e compreensão. Nimbus III seria
o início dessa nova era. Mas essa iniciativa falhou, e o planeta foi aos poucos
sendo tomado por indivíduos da pior espécie, como mercenários, caçadores de
recompensas e outros.
- Ou seja...
um lugar perfeito para alguém como Mudd se esconder – afirma Nardelli.
-
Precisamente, capitão – responde Seul-gi.
- Certo... –
Dan dirige sua palavra a todos do grupo – Temos que ficar de olhos bem abertos
enquanto estivermos aqui. Mantenham os phasers
em tonteio.
Todos assentem
com a cabeça.
O grupo vai
caminhando por alguns quilômetros, até chegar aos portões da Cidade Paraíso.
Ao adentrarem a cidade, veem algumas casas bem simples, e um enorme estabelecimento – uma espécie de bar.
Todos param em frente ao estabelecimento. Na tentativa de encontrar algum rastro de Harcourt Mudd, Hong não tira os olhos do seu tricorder.
Ao adentrarem a cidade, veem algumas casas bem simples, e um enorme estabelecimento – uma espécie de bar.
Todos param em frente ao estabelecimento. Na tentativa de encontrar algum rastro de Harcourt Mudd, Hong não tira os olhos do seu tricorder.
- Consegue
detectar algum sinal do Mudd, srta. Hong? – questiona Dan.
- As
leituras não são claras, capitão – responde Seul-gi – Há vários tipos de humanoides
nesta cidade, e também há interferência no sinal.
- Continue
tentando. Enquanto isso vamos buscar algumas informações...
- Sim,
capitão.
Dan volta
seu olhar para o enorme bar à sua frente. E resolve seguir sua intuição.
- Parece que
esse lugar é o lugar ideal pra isso. Vamos entrar.
Todos entram
no estabelecimento, e encontram um cenário completamente underground (para não dizer outra coisa): algumas mesas, uma
pequena passarela luminosa onde uma dançarina humanoide meio-felina performa
uma dança em estilo burlesque, uma
mesa de sinuca e um balcão onde são servidas bebidas. Há também um painel
luminoso, que toda hora fica passando anúncios de uma certa “Pousada Paraíso”.
Todo o ambiente é ocupado por tipos mal-encarados, das mais variadas raças galácticas possíveis.
A visão não agrada muito os tripulantes da Frontier – em especial o doutor Lester:
Todo o ambiente é ocupado por tipos mal-encarados, das mais variadas raças galácticas possíveis.
A visão não agrada muito os tripulantes da Frontier – em especial o doutor Lester:
- Chamam
isso aqui de “paraíso”?! – exclama o britânico, com uma expressão de indignação
no rosto – Qual é!!! Isso aqui está mais pra um inferninho galáctico! O que
você me diz, Dan?!
-É...
Fascinante!!! – diz Dan, abrindo ligeiramente os braços com um sorriso no rosto
e uma mistura de entusiasmo e sarcasmo na voz.
- Fala
sério, Dan... – Lester fica inconformado – Como é que você consegue se divertir
num momento como esse?!
Hong apenas
observa, se segurando para não dar risada da cena. Enquanto o grupo adentra o
ambiente, o capitão Nardelli transmite algumas ordens para os oficiais de
segurança, discretamente:
- Observem o
lugar e se atentem a qualquer movimentação suspeita – cochicha Dan a Andros –
Sejam discretos.
- Sim,
capitão! – responde o romulano.
O grupo se
aproxima do balcão. Enquanto Andros e os outros dois da segurança olham ao
redor, Dan, Seul-gi e Jon encostam e se sentam.
Um dos atendentes do balcão – um humanoide de pele azul clara, cabelos brancos e um par de antenas na testa vestindo uma camisa regata preta; claramente, um andoriano – se aproxima e aborda o trio:
Um dos atendentes do balcão – um humanoide de pele azul clara, cabelos brancos e um par de antenas na testa vestindo uma camisa regata preta; claramente, um andoriano – se aproxima e aborda o trio:
- Sejam
bem-vindos à Cidade Paraíso, meus amigos! – diz ele, alegremente – O que vão
querer?
- Primeiro,
um copo de cerveja romulana – responde Nardelli – Segundo, algumas informações.
O andoriano
arregalou os olhos.
- Ora...
você tem um excelente gosto, meu rapaz! – diz ele, que em seguida volta seu
olhar para Hong – Algo para a senhorita?
- Não,
obrigada... está tudo bem! – responde Seul-gi, achando graça da situação.
- Pois bem. Só
um momentinho...
O andoriano
se volta para uma prateleira cheia de bebidas, para atender ao pedido do
capitão. Enquanto isso, surpreso e inconformado com a atitude de Dan, Lester
resolve tirar satisfações:
- Mas o que
significa isso, capitão?! – diz o doutor, cochichando discretamente – Você não
disse que estávamos aqui a trabalho? Isso não é hora para encher a cara!
- Relaxa,
Jon... – responde Dan, com toda a tranquilidade – A gente tá aqui pra pegar o
Mudd, lembra? Temos que manter a aparência, seja como for.
Jon engole a
seco as palavras de Dan. Enquanto isso, o balconista andoriano retorna com o
pedido do capitão:
- Sua
cerveja romulana, meu rapaz! – diz ele, entregando a Nardelli um copo cheio de
um líquido de cor azul; a cerveja romulana é uma bebida fermentada de alto teor
alcoólico, proibida no espaço da Federação – mas num lugar como aquele, não
seria difícil de encontrar.
- Obrigado!
– Dan agradece e se volta para Lester – Se bem me lembro, Jon, conhaque
sauriano era seu favorito. Estou certo?
- Hã?!
Sim... – responde Jon, meio sem jeito – Eu não estava pensando em pedir, mas
acho que a ocasião exige... se é que você me entende...
- Muito bem!
– Nardelli se entusiasma, esmurra o balcão e aponta para o andoriano – Traga
uma dose de conhaque sauriano para o meu amigo aqui, por favor!
- Com
prazer! – responde o balconista azulado.
O andoriano
se volta novamente para a prateleira de bebidas. Enquanto isso, Lester resolve
chamar a atenção de Hong:
- Ué... não
vai nos acompanhar, Hong? – pergunta o doutor.
- Não,
obrigada, doutor – responde Seul-gi, com um sorrisinho – Eu estou de boa...
- A Seul-gi
nunca foi de beber muito – afirmou Dan – Desde os tempos da Academia ela é
assim.
- De vez em
quando até vai – diz a coreana – mas todos os finais de semana que nem vocês
faziam na Academia, aí era demais, né?
- Sei... Uma
menina comportada... – responde Lester, com uma leve ironia na voz.
Nisso, o
andoriano retorna com a bebida do doutor.
- Aqui
está... uma dose de conhaque sauriano!
- Obrigado!
– agradece Lester.
Nardelli,
então, ergue seu copo e propõe um brinde ao doutor, em seu idioma nativo:
- A la nostra salute!
- Saúde,
Dan! – responde o doutor, enquanto bate seu copo com o de Dan.
Os dois
tomam um gole de suas bebidas, sob o olhar atento e curioso de Seul-gi, que
sorri vendo os dois.
- Olha...
isso aqui pode ser proibido no espaço da Federação. Mas que é bom pra caramba,
é! – diz o capitão, referindo-se à cerveja romulana.
- É... mas
se você não ficar esperto, isso aí pode te derrubar! – responde Lester.
O andoriano
resolve interromper a conversa. E questiona o capitão:
- Com
licença, meu rapaz... você me disse que estava buscando por informações. Que
tipo de informações são essas?
- Ah, sim! –
exclamou Nardelli – Só um momento.
Dan saca um
PADD de dentro de sua sacola. Mexe em alguns dígitos na tela, e em seguida, o
retrato de Harcourt Fenton Mudd aparece.
Ele, então, o mostra ao indivíduo azul de antenas:
Ele, então, o mostra ao indivíduo azul de antenas:
- Por acaso
você se lembra de ter visto este homem por aqui? – questiona Dan.
O andoriano
toma o PADD com a foto de Mudd das mãos do capitão. E analisa a imagem com
atenção.
- Hum...
esse cara realmente não me é estranho... – responde ele.
A reação do
andoriano chamou a atenção de Nardelli, que ficou atento. Nisso, o balconista
azul chamou um colega de trabalho – um edosiano (****) de rosto alongado, três braços
e três pernas – para lhe mostrar a foto:
- Ei, você, vem aqui um minuto!
- Ei, você, vem aqui um minuto!
Todo o grupo avançado da Frontier começa a observar com atenção. O andoriano entrega o PADD ao edosiano.
- Esse cara
já passou por aqui, não?
- Deixa eu
ver... – o edosiano toma o PADD em suas mãos.
O alienígena
observa a foto de Mudd por alguns segundos. E, para espanto de Dan e dos
outros, acaba tendo um estalo na mente:
- Peraí! Eu
sei quem é esse sujeito!!! – exclama o edosiano – Ele vira e mexe aparece por
aqui vendendo quinquilharias. Vive enchendo o saco dos clientes e de todo mundo
por aqui.
- Há quanto
tempo ele começou a aparecer? – pergunta Dan, apreensivo.
- Tem mais
ou menos uns dois meses – afirmou o balconista de três braços.
- Capitão...
– Hong se aproxima e fala de canto com Dan – Isso bate com as informações do
Comando da Frota Estelar. É pouco depois da data mencionada como sendo da fuga
do suspeito.
- Então isso
significa... – Dan não completa a frase.
-
Exatamente... – Seul-gi trata de completar – Sem sombra de dúvida, Harry Mudd
está escondido neste planeta.
- “Harry”
Mudd?! – Nardelli recebe com estranheza este nome.
- É um nome
que ele usa com frequência, segundo o Comando da Frota – explica Seul-gi.
Dan se volta
para os dois balconistas, e questiona sobre Mudd:
- O que mais
vocês sabem sobre ele?
- Ele
costuma aparecer por aqui no final da tarde – afirma o edosiano – Aliás, está
quase na hora dele aparecer.
- Muito
bem... – Dan se volta para seus colegas – Vamos esperar um pouco.
Em seguida,
o capitão retira de sua sacola um punhado de créditos da Federação. E os
entrega ao andoriano no balcão.
- Isto é
pelas bebidas e pela informação – diz Nardelli – Dividam entre vocês.
- Ah,
obrigado! – o andoriano sorri – É muita generosidade sua, meu rapaz.
O grupo
espera no balcão por cerca de dez minutos. Até que Andros chama a atenção de
Dan.
- Capitão! –
o romulano aponta para a porta do bar.
Eis que um
gorducho de bigode caprichado, carregado com um monte de mercadorias, adentra o
recinto. Apareceu justamente no período previsto pelo balconista edosiano, e
sua descrição e expressão facial batiam com a foto do PADD de Dan.
Quando o capitão bateu os olhos nele, não teve dúvidas: aquele era o homem do qual ele e seus companheiros vieram atrás. Era o fugitivo procurado da Federação. Era Harcourt Fenton Mudd.
Quando o capitão bateu os olhos nele, não teve dúvidas: aquele era o homem do qual ele e seus companheiros vieram atrás. Era o fugitivo procurado da Federação. Era Harcourt Fenton Mudd.
- É ele! –
Dan arregalou os olhos e em seguida se voltou para seus companheiros – Estejam
de prontidão. Preparem os phasers.
Alheio à
situação, Mudd começa a abordar os clientes do bar, na tentativa de vender
alguma de suas mercadorias. Sua atitude era completamente debochada e
inconveniente – a irritação no rosto de alguns dos frequentadores era visível.
- Boa tarde,
cavalheiros! – diz ele, sorridente e alegre até demais – Hoje eu estou com um
monte de coisas lindas em minhas mãos! Espero que não tenham gastado tudo com
bebidas e comprem algumas delas de mim!
Mudd solta
uma alta gargalhada ao terminar sua fala. E começa a ir de canto em canto do
bar oferecendo suas mercadorias.
De longe, o capitão Nardelli e o grupo avançado da Frontier o observam.
De longe, o capitão Nardelli e o grupo avançado da Frontier o observam.
- Como você
está, rapaz, tudo bem? – diz Mudd a um sujeito de pele verde sentado em uma das
mesas, semelhante a um Orion – Você tem cara de quem gosta de armas, então, o
que acha desta linda adaga remana? Faço um preço camarada pra você!
O sujeito
tomou a adaga das mãos de Mudd e a analisou bem, meio desconfiado. E
devolveu-a, aparentemente recusando a oferta.
- Está bem –
diz o gorducho, meio frustrado – Me avise se mudar de ideia.
Em seguida,
ele se dirige à passarela onde a dançarina felina se apresenta. E a aborda com
toda a cara de pau do mundo.
- Olá, minha
gatinha linda! – diz ele, com um sorrisinho malicioso no rosto – Aposto que
você ficaria ainda mais encantadora com este brinco bajoriano... o que acha?
Aproveita que está baratinho!
No balcão,
Dan e os outros observam toda a movimentação de Harry Mudd. E se demonstram
ligeiramente revoltados com sua atitude espaçosa.
- Cruzes! –
exclamou Hong, com o rosto repleto de nojo – Ele é pior do que eu pensava...
- Que cara de
pau... – diz Nardelli, com um sorriso irônico – nem mil anos de reabilitação
funcionariam com esse cara!
Enquanto
isso, Mudd se frustra ao tentar vender seu brinco bajoriano para a dançarina.
- Ah, tudo
bem... Mas eu vou guardar isto pra você, é a sua cara!
Súbito, ele
vira o olhar para a direção do balcão, exatamente onde Nardelli e os outros
estão. Eles eram caras novas para Mudd – imediatamente, o gorducho cresceu os
olhos para cima deles, e então, resolveu lhes oferecer suas mercadorias.
Mal sabia ele que aquele grupo estava em seu encalço...
Mal sabia ele que aquele grupo estava em seu encalço...
Sem saber de
nada, ele chega alegremente para o grupo da Frontier:
- Olá,
rapazes! – exclamou o gorducho – Vocês devem ser novos por aqui, não me lembro
de tê-los visto antes...
Mudd volta
seus olhos para Hong, que apenas o encara com a expressão fechada.
- E vejo...
que vocês têm uma bela dama consigo... – o gorducho sorri de forma insinuante –
Eu tenho algumas coisinhas aqui que você certamente iria adorar, mocinha...
Dan e Lester
disparam olhares ferinos em Harry. Mas ele não perde a pose:
- Mas também
tenho coisas pra todos vocês aqui! Se todos me ouvirem e virem minhas
mercadorias, tenho certeza que farão ótimos negócios!
Mudd começa
a gargalhar. Nardelli, então, decide agir:
- Pode ter
certeza que sim, Harry! – diz o capitão, com um sorriso irônico.
- Ora, enfim
alguém com bom senso por aqui! – Mudd se entusiasma – Eu tenho muitas coisas
maravilhosas aqui, meu rapaz! Você não vai se arrepender!
Em
princípio, Mudd não percebe que caiu no engodo de Dan. Mas não demora muito
para a ficha dele cair.
- Hã?!
Espere um pouco... – diz o gorducho, com uma expressão de espanto – Do que você
me chamou?
- Achou que
ia se safar simplesmente por se esconder em um planeta esquecido como este? –
Dan se levanta de seu banco, sorrindo sarcasticamente, e lança um olhar
ameaçador para Mudd – Pois você estava enganado! É o fim da linha pra você!
- Perdão,
meu bom rapaz... – Harry tenta dar de ombros, mas seu nervosismo é visível –
Mas eu não sei do que você está falando...
De repente,
Dan e todos os outros da Frontier
sacam seus phasers e os apontam na
direção de Harry Mudd, que, assustado, solta um grito e larga suas sacolas
cheias de muamba no chão. Ele fica paralisado e trêmulo, com os olhos
esbugalhados e a boca aberta, e uma gota de suor frio escorre de sua testa.
A atitude de
Dan e dos outros chama a atenção de todos no bar.
- Harcourt
Fenton Mudd! – Nardelli aumenta o tom de voz, com o dedo no gatilho do phaser – Em nome da Federação Unida dos
Planetas, considere-se preso!
-
Federação?! Não pode ser!!! Então vocês são aqueles chatos da Frota Estelar?
Mudd fica
boquiaberto. A última coisa que ele esperava encontrar em Nimbus III era
oficiais da Frota Estelar.
Ele estava
encurralado; mas mesmo assim, ele tenta usar sua lábia contra Dan e os outros,
que o encaravam com firmeza:
- Olha... eu
posso lá ter cometido meus pequenos erros, mas sou capaz de assegurar que sou
um novo homem agora – diz o gorducho, com um sorriso amarelo e gaguejando
ligeiramente – Não estou fazendo nada de mais neste planeta, só estou tentando
fazer meus negócios honestamente! Será que nós podemos entrar num acordo?
- Hunf! E
por que eu faria um acordo com um pilantra que nem você? – responde Dan, com a
voz repleta de desdém.
- Por favor,
meu rapaz, use o seu bom senso! – insistiu Mudd, claramente desesperado – O que
acha que vai ganhar com toda essa truculência?
Sem ninguém
perceber, Mudd retira algo do bolso de trás de sua calça. E resolve lançar um
engodo contra Nardelli.
- Hã?! Mas o
que é aquilo? – diz ele, fazendo uma cara de espanto e apontando para cima.
- O quê?! –
Dan, Seul-gi e os outros olham para a direção apontada por Mudd.
É a deixa
para o gorducho iniciar sua fuga espetacular. Ele atira o objeto que tirou de
seu bolso para cima, que explode e forma um clarão que ofusca todos os
presentes no salão do bar por alguns segundos.
Era uma granada de luz – quando seu efeito passa, Nardelli vê Harry Mudd saindo pela porta da frente, de forma apressada.
Era uma granada de luz – quando seu efeito passa, Nardelli vê Harry Mudd saindo pela porta da frente, de forma apressada.
- Atrás
dele! – gritou o capitão.
O grupo sai
em disparada do bar, atrás de Mudd. O malandro sai em disparada pelas ruas da
Cidade Paraíso, enquanto Dan e os outros oficiais realizam disparos de phaser em sua direção.
A
perseguição segue até que o gorducho se esconde em um beco, não muito longe do
bar onde todos estavam até há pouco.
O grupo da Frontier se espalha por alguns cantos –
de repente, tiros são disparados do alto de duas tendas, e acertam em cheio os
dois oficiais de segurança que acompanhavam Dan e os outros, matando-os.
Do nada,
homens armados saem da penumbra de algumas tendas, e cercam o grupo do capitão
Nardelli. Logo depois, um vulcano misterioso aparece, acompanhado de Harry
Mudd.
- Pra quê
tanta violência, meus amigos? – pergunta o vulcano, com um sorriso enigmático.
Dan,
Seul-gi, Lester e Andros ficam sem reação, olhando para a dupla com uma
expressão de surpresa.
***
“Diário da Frontier – Data Estelar: 7508.7(Registro do Tenente-Comandante Eugene Okonwa)O capitão Nardelli desceu com um grupo avançado até a superfície de Nimbus III, em busca de pistas que levem ao paradeiro do fugitivo Harcourt Fenton Mudd.
Até o presente momento, não temos nenhuma informação da superfície a respeito do andamento das buscas.”
A Frontier continua orbitando Nimbus III. Na ponte, Okonwa comanda os trabalhos, sentado na cadeira do capitão.
- Alguma
resposta do grupo avançado, sr. Stanic? – pergunta o africano.
- Até agora
nada, senhor – relata Stanic – Nem o capitão nem os outros do grupo respondem.
- Continue
tentando – ordena Oko – Tente todas as frequências.
- Sim,
senhor.
No leme,
Cortez repara uma movimentação estranha próxima à nave. E reporta imediatamente
a Okonwa:
- Duas naves
saindo de dobra próximas de nós, comandante. Direção 187, marco 31.
- Qual a
identificação dessas naves, alferes? – questiona Oko, apreensivo.
Cortez
reluta um pouco para responder. Mas reporta ao nigeriano. E sua resposta não é
nada animadora:
- São...
Aves de guerra romulanas, senhor!
- Não pode
ser... O que você disse?
Okonwa sente
um frio na espinha. Antes de descer à superfície de Nimbus III, Dan o havia
informado de que aquela era uma situação possível, uma vez que a Frontier estaria operando dentro da Zona
Neutra.
Mas a última coisa que Oko queria era um confronto com os romulanos – só que, tendo em vista a situação em que se encontrava, seria obrigado a lidar com eles.
Mas a última coisa que Oko queria era um confronto com os romulanos – só que, tendo em vista a situação em que se encontrava, seria obrigado a lidar com eles.
- Eles estão
nos saudando, senhor – informa Stanic.
- Na tela! –
ordena Oko.
Imediatamente,
Stanic acata a ordem, e uma imensa imagem de um romulano aparece na tela
principal da Frontier.
Okonwa, então, trata de iniciar um diálogo:
Okonwa, então, trata de iniciar um diálogo:
- Aqui é o
tenente-comandante Eugene Okonwa no comando interino da nave estelar Frontier. Com quem eu estou falando?
- Sou o
comandante Talak Hol, do Império Estelar Romulano – responde o comandante da
nave romulana – Comandante Okonwa, da nave estelar da Federação, está violando
o tratado da Zona Neutra! Deve deixar nosso espaço imediatamente!
- Tenho
ciência de nossas condições, comandante – responde Oko – Mas acontece que temos
uma missão importante em curso na superfície de Nimbus III. Estamos procurando
um criminoso foragido que pode estar escondido no planeta.
O comandante
romulano franze a testa e permanece em silêncio. Oko complementa:
- O Conselho
da Federação informou seu governo a respeito da situação. Pode conferir a
informação, se quiser. Verá que estou falando a verdade.
- Pois bem.
Falarei com meus superiores a respeito.
Desconfiado,
o comandante Hol encerra a comunicação. Okonwa se volta para Stanic:
- Algum
progresso, tenente?
- Nada
ainda, senhor.
O africano
sente uma ponta de desespero. E começa a ficar preocupado.
- O que será
que aconteceu com o capitão? – pergunta a si mesmo, em voz alta.
***
Na superfície de Nimbus III, Dan e os outros são levados a uma espécie de acampamento, localizado nos arredores da Cidade Paraíso.
Os quatro estão dentro de uma das tendas, com as mãos amarradas para trás e sentados em bancos, vigiados de perto por alguns homens armados.
Eis que o vulcano misterioso entra, juntamente com Harry Mudd.
- Espero que
vocês estejam bem acomodados, meus caros – diz o vulcano, sorrindo.
- Quem são
vocês? – pergunta o capitão, irritado – E o que estão fazendo com o salafrário
do Mudd?
- Vou fingir que não estou ofendido com sua atitude, meu amigo da Frota Estelar... – diz Mudd, com um sorriso cínico do rosto.
- Vou fingir que não estou ofendido com sua atitude, meu amigo da Frota Estelar... – diz Mudd, com um sorriso cínico do rosto.
O gorducho
tira o distintivo da Frota Estelar do peito de Dan. E olha sua identificação na
parte de trás.
- Capitão
Daniele Nardelli, certo? – continuou Harry – Pois bem... Para seu governo, devo
lhe dizer que não sou mais o mesmo Harcourt Fenton Mudd de antes...
Mudd volta
seu olhar para o vulcano. E aponta sua mão para ele.
- E tudo...
graças a este homem! Francamente, capitão, você deveria ouvir o que ele tem pra
dizer! É simplesmente maravilhoso!
- E por que
a gente deveria acreditar nisso?! – esbraveja Lester.
- Ora, você
deveria manter a calma, meu rapaz – responde o vulcano, calmamente – E também
partilhar de sua dor comigo. Assim como todos vocês.
Nardelli e
os outros olham torto para o vulcano. Ele decide revelar sua identidade.
- Permitam
que eu me apresente... meu nome é Sybok. Líder do Exército Galáctico da Luz.
- Sybok?! –
Nardelli franze a testa.
O capitão
olha de forma mais atenta para a fisionomia de Sybok. E reconhece sua origem.
- Espere um
pouco! Você é um vulcano?!
-
Exatamente, capitão – responde Sybok – Mas como você deve ter reparado, eu não
sou como os outros. Eu não vivo movido pela lógica assim como meus
compatriotas. Eu vivo da mesma forma como nossos ancestrais viviam há milhares
de anos... a verdade é que as emoções são a base de toda a sabedoria.
- Mas...
como isso é possível?! – espanta-se Hong.
- Oh,
céus... um vulcano passional! – ironiza Lester – Era só o que me faltava...
- Mas
afinal... o que vocês pretendem? – questiona Andros.
- Ah, vocês
deviam conhece-lo melhor, meus amigos! – entusiasma-se Harry Mudd – Este homem
é um verdadeiro homem santo, é um iluminado, o senhor da redenção! Deviam ver
tudo o que ele sabe, e também tudo do que ele é capaz!!!
-
Iluminado?! Redenção?! – questiona Nardelli, com uma rosto repleto de espanto e
desconfiança.
- Se esse
cara conseguiu dar um jeito no Mudd, então realmente é um milagre! – afirma
Lester, com a voz carregada de ironia.
- Por que a
gente deveria acreditar nisso? – perguntou Dan.
- Ora,
capitão, e você acha que vou querer ficar fugindo pra sempre? – retrucou Mudd –
Eu já estou ficando velho pra isso! Mais do que qualquer outra coisa, preciso
de um lugar onde eu possa enfim viver uma vida digna, sem precisar me esconder
de ninguém!
Dan e os
outros ficam ainda mais confusos ao ouvirem as palavras de Mudd. Mas o fugitivo
continua:
- E eu já
sei exatamente onde está esse lugar... – o gorducho faz uma pausa – É Sha’Ka’Ree.
-
Sha’Ka’Ree?! – questiona Seul-gi, sem entender absolutamente nada.
- Que diabo
é isso?! – pergunta Lester, também confuso.
- Sha’Ka’Ree
é o lugar onde se encontra toda a origem do universo – explica Sybok – Cada
cultura lhe dá um nome diferente: vocês, humanos da Terra, chamam de Éden; os
romulanos chamam de Vorta Vor; os
Klingons chamam de Qui’tu; e por aí
vai. Fica no centro da galáxia, além da Grande Barreira.
- Mas isso é
uma loucura! – exclamou Andros – NENHUMA nave no universo conseguiu ir além da
Grande Barreira! Seria um verdadeiro milagre se alguém conseguisse!
- Pois esse
é o nosso objetivo – afirma Sybok – Nós pretendemos atravessar a Grande
Barreira e nos encontrar com aquele que é a origem de tudo no universo.
Sybok fixa o
seu olhar em Nardelli. E termina de revelar seus planos:
- Para
isso... nós vamos precisar de uma nave estelar. E você certamente deve possuir
uma, capitão Nardelli. Do contrário, você não estaria neste planeta tão remoto.
- E o que
faz pensar que eu entregaria minha nave assim tão fácil, Sybok? – disparou Dan,
com o olhar fixo no vulcano e um sorriso sarcástico no rosto.
Sybok se
aproxima do rosto de Dan, sorrindo de forma alegre. E sussurra diante dele:
- Apenas...
compartilhe sua dor comigo, capitão...
***
Na ponte de
comando da Frontier, o clima continua
tenso por conta da presença das naves romulanas.
Com o capitão impossibilitado de se comunicar com a nave devido ao fato de ser refém do Exército Galáctico da Luz, as tentativas de Stanic de estabelecer contato continuam sendo em vão.
Com o capitão impossibilitado de se comunicar com a nave devido ao fato de ser refém do Exército Galáctico da Luz, as tentativas de Stanic de estabelecer contato continuam sendo em vão.
- Frontier para capitão Nardelli,
responda! – insiste o croata – Frontier para
grupo avançado, responda!
Okonwa
observa, apreensivo. Stanic recebe uma transmissão, mas não é do capitão. É do
comandante Hol, de uma das naves romulanas.
- São os
romulanos de novo, senhor! – relata Stanic a Oko.
- Na tela! –
ordenou o africano.
Stanic
transfere a comunicação para a tela principal. Novamente, a imagem do
comandante Talak Hol aparece diante dos olhos de Oko.
- Verifiquei
sua informação com o comando central do meu planeta, comandante Okonwa – diz
Hol – De fato, ela procede.
Oko respira
de alívio. Mas é muito cedo para se comemorar. As próximas palavras do
comandante romulano são bastante aterradoras:
- No entanto,
vocês não deverão permanecer por muito tempo na órbita de Nimbus III. Nós lhe
daremos o equivalente a duas de suas horas terrestres. Se até lá vocês não
deixarem a órbita do planeta, destruiremos sua nave.
- Duas
horas?! – espanta-se Okonwa – Mas ainda não tenho notícias sobre o andamento da
nossa missão! Estamos sem contato com o nosso grupo de superfície! Por favor,
nós vamos precisar de mais tempo!
- São ordens
de nossos superiores, comandante – diz Hol, de forma categórica – Não há nada
que eu possa fazer.
Após dizer
estas palavras, o romulano encerra a comunicação de forma brusca.
A tensão no rosto de Okonwa é visível – ele imaginou que ia ser duro substituir o capitão Nardelli de forma ocasional no comando da nave, mas não achou que fosse tanto.
A tensão no rosto de Okonwa é visível – ele imaginou que ia ser duro substituir o capitão Nardelli de forma ocasional no comando da nave, mas não achou que fosse tanto.
- Droga! –
exclamou ele, com raiva.
De imediato, ele se dirige a Cortez, no leme:
- Sr.
Cortez, localize o capitão e os outros e trave os sensores neles. Amplifique o
sinal se houver interferência.
- Sim,
comandante! – responde o alferes.
Okonwa,
então, abre um canal para a sala de transporte da Frontier.
- Sala de
transporte, a postos. Em duas horas subiremos o capitão e o grupo avançado.
Atentem-se ao meu sinal.
Após obter
uma resposta positiva da sala de transporte, Okonwa pensa consigo mesmo,
sentindo a ansiedade lhe bater no peito:
- Tomara que
eles consigam...
***
Cerca de uma
hora e meia depois – bem mais que a metade do prazo estipulado pelos romulanos
para a saída da Frontier – anoitece
em Nimbus III.
Dan e os outros continuam sendo mantidos amarrados dentro de uma tenda, vigiados por dois guardas na entrada.
O capitão escuta algum burburinho entre os guardas – eis que, súbito, alguém entra. É Mudd.
Dan e os outros continuam sendo mantidos amarrados dentro de uma tenda, vigiados por dois guardas na entrada.
O capitão escuta algum burburinho entre os guardas – eis que, súbito, alguém entra. É Mudd.
O gorducho
pede silêncio com um gesto e saca uma faca – aquela mesma que ele tentou vender
sem sucesso no bar da Cidade Paraíso – e em seguida, começa a cortar as cordas
que amarram os pulsos de Dan, que, por sua vez, não entende aquela atitude.
- Mas o que
diabos você está fazendo, Mudd? – pergunta ele, desconfiado.
- Ora, o que
você acha? – responde Harry – Tirando vocês daqui, é claro! Esses caras são um
bando de malucos, vocês não têm ideia!
- Ué... e
aquele papo de redenção, de levar uma vida digna, e etc? – questionou Lester,
igualmente desconfiado – No fim era tudo conversa mole?
- Eu tinha
que entrar no jogo deles! – diz Mudd, enquanto corta as cordas de Hong – Já faz
pouco mais de uma semana que encontrei esses caras achando que ia fazer
negócios com eles, mas me enganei completamente! Temos que dar o fora daqui o
quanto antes!
Ninguém do
grupo da Frontier viu com bons olhos
as atitudes de Harry Mudd. Por outro lado, estavam diante da oportunidade de
fugirem do acampamento do Exército Galáctico da Luz e voltarem para a nave – e
também era a chance de prenderem Mudd e o levarem com eles.
De imediato, Dan arquiteta um plano em sua mente: assim que todos estiverem longe do acampamento, ele e seus companheiros surpreenderiam Mudd e o prenderiam, e então ele daria o comando à nave para subi-los de volta.
De imediato, Dan arquiteta um plano em sua mente: assim que todos estiverem longe do acampamento, ele e seus companheiros surpreenderiam Mudd e o prenderiam, e então ele daria o comando à nave para subi-los de volta.
Aparentemente,
o plano era simples.
Harry,
enfim, solta todos do grupo avançado da Frontier,
que logo em seguida, recuperam todo o seu equipamento: phasers, comunicadores, tricorders.
Assim que
saem da tenda, Dan e Hong nocauteiam os dois guardas que ficavam de tocaia na
entrada; e sem que ninguém notasse, o grupo deixa o acampamento, acompanhado de
Mudd.
O grupo vai
caminhando alguns quilômetros no deserto, mesmo na escuridão da noite. O céu
está limpo, sem nenhuma nuvem – é possível ver turbilhões de estrelas no céu e
também as duas luas que orbitam Nimbus III, brilhando de forma intensa.
Ao se verem
distantes o bastante do acampamento de Sybok, todos do grupo recebem um sinal
silencioso de Dan, que prepara o bote para capturar Mudd e leva-lo para a Frontier sob custódia.
- Muito bem,
Harry Mudd! – Nardelli saca seu phaser
– É hora de você se entregar. Você vem com a gente!
- Não tão
rápido, capitão! – Mudd sorri ironicamente.
Todos
estranham a atitude de Mudd. De repente, o gorducho segura Hong pelo braço,
saca uma arma – algum tipo de disruptor contrabandeado – e aponta para a cabeça
dela.
Ao invés de
surpreender Harry – o que era o plano de Dan – foi o próprio Mudd que pegou o
grupo da Frontier de surpresa.
- Seul-gi!!!
– gritou o capitão.
- Achou que
ia ser assim tão fácil, capitão? – disse Mudd, rindo – Que eu ia me entregar e
ficar por isso mesmo?
- Mudd, seu
canalha!!! – Dan se enfurece e sente o sangue lhe subir à face – Você nos usou
pra fugir do acampamento!
- E tinha
outra forma de sair de lá? – responde o gorducho, com um tom de desdém na voz –
Muito bem, agora vocês vão fazer exatamente o que eu disser... Larguem as suas
armas, ou a sua amiguinha aqui vai virar poeira!
- Maldito! –
exclama Lester – Afinal, o que você pretende? Qual é a sua?
- Eu disse
pra largarem as armas, idiota! – insistiu Harry Mudd.
Nardelli dá
um passo à frente, com a expressão fechada. Mostra seu phaser a Harry, e o coloca no chão devagar.
- Muito bem,
capitão... – comemora Mudd – Agora você irá me entregar a sua nave. Eu mesmo a
usarei para ir a essa tal de Sha’Ka’Ree sozinho! Passarei o resto dos meus dias
por lá, sem ninguém me incomodar!
- Não faça
isso, capitão! – gritou Hong.
- Ora,
Mudd!!! – Dan começa a ranger os dentes de raiva – Seu...
- O que está
esperando? – Harry começa a ficar impaciente – Me entregue logo a sua maldita
nave! Quer ver a mocinha aqui morrer, quer?
Súbito,
alguém chega pelas costas de Mudd e lhe segura a jugular com a ponta dos dedos,
fazendo-o imediatamente perder os sentidos e soltar Seul-gi e a arma
disruptora.
Para a surpresa de todos, é Sybok, que lhe aplica o clássico apertão neural vulcano.
Para a surpresa de todos, é Sybok, que lhe aplica o clássico apertão neural vulcano.
Seul-gi
corre para o lado de Dan, que lhe coloca a mão no ombro.
- Você está
bem, Seul-gi? – pergunta Nardelli.
Hong apenas
assente com a cabeça. Dan resolve tirar satisfações com Sybok.
- Sybok? Por
que está nos ajudando?
- Já
imaginava que uma hora ou outra ele se voltaria contra nós – responde o vulcano
– Este homem possui a alma extremamente corrompida. Não conseguiria convertê-lo
nem se eu quisesse.
Dan e os
outros franzem a testa. Sybok continuou:
-
Particularmente, não gosto de violência, apesar de julgá-la necessária para
atingir meus objetivos. Não pude me conter ao vê-lo usar de covardia contra
essa jovem.
- E o que
pretende fazer agora? – questiona Dan – Vai tentar tomar a minha nave? Se eu
entendi bem, você e seu grupo precisam dela pra chegar até a Grande Barreira.
- Não, eu
não vou fazer isso – responde Sybok, serenamente – Sinto que ainda não é o
momento para buscarmos Sha’Ka’Ree. Mas quando este momento chegar, eu saberei
como agir. E certamente nós faremos as coisas do nosso jeito.
- Está certo
– assentiu Nardelli.
Sybok olha
para o desmaiado Harry Mudd. E então volta sua atenção para o capitão:
- Imagino
que ele seja a razão para vocês terem vindo a este planeta, estou certo? –
pergunta o vulcano.
Nardelli
apenas faz um sinal de afirmação com a cabeça.
- Vocês
podem leva-lo – diz Sybok – No entanto, vou impor uma condição: vocês não devem
comentar nada a respeito de mim ou de meu grupo. Está claro?
- Pra ser
franco, vocês não nos causaram tantos problemas assim – responde o capitão – O
único responsável por toda a confusão é Harry Mudd. Por mim está tudo bem.
Subitamente,
o comunicador de Dan começa a apitar. Ele imediatamente o saca:
- Aqui é
Nardelli. Prossiga, sr. Okonwa!
Do outro
lado da linha, Oko relata toda a situação da Frontier ao capitão:
- Capitão, o
senhor e o grupo avançado devem subir o quanto antes. Estamos cercados por duas
naves de batalha romulanas; se não deixarmos logo a órbita de Nimbus III, elas
irão nos destruir!
- Entendido,
sr. Okonwa – responde Dan – Aguarde o meu sinal. Ah, boas notícias: capturamos
o Mudd!
-
Aguardando, capitão! – diz Oko.
Sybok
observa toda a conversa. E dirige sua palavra ao capitão:
- Vocês
devem ir agora, capitão.
- Está certo
– responde Dan – Boa sorte, Sybok.
O vulcano
sorri, enquanto esboça um pequeno gesto para se despedir do grupo.
- Não sou lá
muito fã desse gesto, mas enfim... – eis que Sybok faz o cumprimento vulcano
com sua mão direita – Vida longa e próspera, capitão!
Dan apenas
retribui o gesto e sorri, sem dizer uma palavra. Em seguida, volta sua atenção
para o seu comunicador, e dá o comando a Oko:
- Cinco pra
subir, sr. Okonwa!
Sybok apenas
observa, enquanto Dan e os outros se desmaterializam e retornam à Frontier, levando Mudd consigo.
***
De volta à
nave, Dan e Seul-gi retornam à ponte de comando, enquanto o doutor Lester se
encaminha à enfermaria e o tenente Andros cuida pessoalmente da escolta de
Harry Mudd.
Quem se encarrega de anunciar a chegada do capitão é o alferes Cortez, no leme:
Quem se encarrega de anunciar a chegada do capitão é o alferes Cortez, no leme:
- Capitão na
ponte!
- Contate a
nave romulana, sr. Stanic – ordena Dan, enquanto se senta em sua cadeira –
Coloque na tela.
- Sim,
senhor!
A àquela
altura, faltavam poucos minutos para que o prazo dado pelos romulanos
terminasse. Mas o capitão Nardelli fez questão de cuidar de tudo pessoalmente.
A imagem do
comandante Hol aparece na tela principal. Dan, cordialmente, lhe dirige a
palavra:
- Aqui é o
capitão Daniele Nardelli da USS Frontier.
Comandante Hol, aviso-lhe que nossa missão em Nimbus III foi bem-sucedida.
Estamos deixando a órbita do planeta agora mesmo.
- Você tem
muita sorte, capitão Nardelli – responde Hol, de forma seca – Mais um pouco e
sua nave seria reduzida a um monte de destroços.
- Vou ser
bem franco, comandante... – retruca Dan, sem perder a compostura – Eu não viria
à Zona Neutra se não tivesse uma boa razão para isso. Não sou do tipo que gosta
de causar problemas.
- Eu imagino
que sim – responde o comandante romulano – Você demonstra ter bom senso,
capitão. Isso é ótimo.
Hol encerra
a comunicação de forma abrupta. Dan, então, transmite a ordem a Cortez:
- Marque o
curso e nos tire de órbita, sr. Cortez. Dobra 7.
- Marcando
curso, em dobra 7, senhor! – responde o alferes.
A Frontier deixa a órbita de Nimbus III e
sai do alcance das naves romulanas. E segue em velocidade de dobra para fora da
Zona Neutra.
***
“Diário do Capitão – Data Estelar: 7509.3
Recapturamos Harry Mudd com sucesso em Nimbus III, e o deixamos na Base Estelar 11, onde permanecerá sob custódia.
De lá, ele será transferido para um presídio de segurança máxima já nos próximos dias.”
Dan conversa
com o comodoro Mendez, responsável pela Base Estelar 11. Ele não poupa elogios
aos esforços do capitão:
- Fez um
ótimo trabalho, capitão Nardelli – diz o Comodoro – Harcourt Fenton Mudd
certamente é um dos piores criminosos do espaço da Federação. Graças aos seus
esforços e os de sua tripulação, ele não nos dará trabalho durante um bom
tempo.
- Não foi
nada, Comodoro Mendez – responde Dan – Apenas fizemos aquilo que foi
necessário.
- Acredito
que sim, capitão – afirma Mendez.
- A
propósito, Comodoro... minha tripulação e eu já estamos no espaço há um bom
tempo, e nossas missões têm sido bastante exaustivas. Se importaria se
tirássemos uns dois ou três dias de licença aqui nesta base?
- Ora,
absolutamente, capitão! – Mendez sorri e se empolga – Podem ficar aqui o tempo
que precisarem!
- Eu
agradeço muito, senhor – diz Nardelli.
Em um outro
canto ali próximo, Hong e Lester observam a conversa entre Dan e o Comodoro
Mendez.
- Parece que
ganhamos um descanso – afirma Seul-gi.
- Até que
enfim! – responde Jon, com um tom de voz atravessado – Estávamos precisando...
Hong olha
para o louro britânico com estranheza.
- Algum
problema, doutor?
Lester foi
categórico:
- Agora que
você me perguntou, Hong... – ele a encarou com um olhar fulminante – Precisamos
conversar sobre aquilo que você me disse em Nimbus III.
- Hã?! O
quê!? – Seul-gi dá de ombros, com cara de quem não está entendendo nada.
Não demora
muito para a ficha da coreana cair. Jon estava se referindo àquele princípio de
discussão que os dois tiveram quando chegaram à superfície do planeta, que foi
logo repreendido pelo capitão.
- Ah,
aquilo?! – exclamou ela – Ora, doutor, não leve tão a sério! Eu não falei por
mal. Encare como se fosse uma... crítica construtiva.
- Como
assim?! – Lester franze a testa – Onde você quer chegar?
- Servir a
Frota Estelar não é uma tarefa fácil – explica Hong – Mas não dá pra gente se
deixar levar pelo desespero, por piores que sejam as circunstâncias. A gente
tem que pensar positivo de vez em quando, sabia?
Seul-gi
termina sua fala com um sorrisinho. E Jon ironiza:
- Ah, é?! Eu
estou surpreso, Hong. Não sabia que você tinha talento para psicologia. Você devia
ser conselheira, não oficial de ciências!
Hong começa
a rir, ainda que de maneira contida. E Jon não gosta nada da situação.
- E você
ainda acha graça?! Você não existe...
Nisso, Dan
chega. E sorri para a dupla:
- Ora...
vejo que vocês dois enfim se entenderam! Ou será que eu estou errado?
- Hunf...
até parece... – Jon empina o nariz.
Seul-gi
agarra o braço de Dan. E tira uma com a cara do doutor:
- É,
doutor... pelo visto você é um caso perdido! – a coreana ri – A propósito,
Dan... já que agora estamos de licença, acho que hoje vou encarar uma bebida!
Você me acompanha?
- Ora, mas é
claro, Seul-gi! – o capitão se entusiasma – Só acho que não vai ter cerveja
romulana! Que pena...
Lester,
então, resolve dar o troco:
- Então a
menina comportada vai sair da casinha, é? Essa eu pago pra ver...
-
“Comportada”, é?! Aposto que você não aguenta beber mais do que eu... –
retrucou Seul-gi.
Dan sorri, e
acha graça de toda aquela situação:
- Vocês não
têm jeito mesmo...
O capitão
segue de braços dados com Seul-gi de um lado, e com Jon a uma certa distância
do outro.
O trio se encaminha para o bar da Base Estelar, para começar a aproveitar seu merecido descanso.
O trio se encaminha para o bar da Base Estelar, para começar a aproveitar seu merecido descanso.
CONTINUA...
_________________________________________
NOTAS DO AUTOR:
(*) Vide Jornada nas Estrelas/Star Trek: The Original Series - temporada 1 ep 4: "As Mulheres de Mudd" ("Mudd's Women")
(**) Uma expressão italiana. Significa aquela pessoa incômoda, chata, inconveniente.
(***) Vide Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira/Star Trek V: The Final Frontier (1989); como vocês devem ter percebido, muitas referências deste filme foram usadas para escrever este capítulo.
(****) A raça do tenente Arex, que aparece em Jornada nas Estrelas: A Série Animada/Star Trek: The Animated Series, de 1973.
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